sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

pra todos e qualquer um.

a gota de suor escorreu pela coxa, a tela cheia de contrastes encantou os olhos castanhos tão escuros que não se sabia o que era íris, o que era pupila... e como ela ama, uma imaginação, um anjo, uma visão; são todos a mesma pessoa, a calcinha vermelha ainda tenta em vão provocar o par de alargadores cor de metal, tão frios, tão maquinais.

mas o conflito vestiu-se de conformismo, a saudade não mais aflige, não mais existe. ela ficou vulgar, ela voltou a vadiar, a velha vagabunda suja e narcisista, ela voltou a atacar; os boatos correm, as bocas se cobrem e os desejos descobrem. um coração cheio de amor apodrecido e fogo escorrido.

vestido curto e costas arranhadas, ela não se importa se os beijos pesam ou se os controles se alteram, num ódio feito de repulsa ela sai distribuindo aquele tal de afeto selvagem, sorrindo e voltando cambaleante pra aquela cama cheia dos mesmos devaneios no domingo de manhã.

afinal, até o amor ficou póstumo.

num temor natural de gente com ego imaturamente crescido em demasia, ela chora, ela ri, ela ama todos e qualquer um, promíscua e eternamente linda, deslizando aqueles lábios escondidos em batons rosa em peitos alheios, transformando a vida numa procura carnal e destruindo romances com orgasmos fingidos e hálitos de cervejas ordinárias;

enquanto amídalas arderam, ela desamou na sujeira, ela esqueceu na sarjeta.

ela se despede do passado e ressurge nas sextas e sábados, tão insatisfeitos, tão impróprios, que baixaria.

não esperem perdão, não peçam por tesão.



procurar ajuda para um coração
trincado pela culpa,
coagulando sem perdão.
eu errei fazendo a coisa certa.
e, perdendo toda a essência,
acho até que não preciso de você...
quando preciso de você.



ps.: a terceira pessoa, desta vez, me salvando da obscenidade, obviamente.

6 comentários:

Yohana Sanfer disse...

Moça, fico impressionada com seu talento!

Fil. disse...

Já eu, fico impressionado como você me descreve em teus textos '-'

Quem te contou?...
O amor é póstumo, o orgasmo é fingido...

Qualquer um, menos um.

Raphaela Barreto disse...

uau, liindo teu texto.
Olá, sou sua nova leitora =) .
Dá uma passadinha lá no meu cantinho: www.mylife-rapha.blogspot.com

Beeijos

P.S: estou te seguindo u.u

Alicia disse...

conformismo é roupa brega que insisto em usar.

que lindo aqui.

Marcelo R. Rezende disse...

"afinal, até o amor ficou póstumo".

Essa frase, talvez, seja a síntese do que você escreve, Não que eu veja desamor nos teus textos, mas você sabe escrever sobre e ausência do processo que o amor necessita.
Tenho tanto orgulho de te ler.

Beijo.

Mariana Cotrim disse...

nem consigo comentar mais nada. acho que todo mundo um dia vai ter que passar por essa fase, com promiscuidade ou não.. né?