quarta-feira, 27 de abril de 2011

vestida pra meia-noite.

o pior é que a gente sobrevive. te obrigam a ser forte, a engolir o choro, a agüentar a solidão, a levantar a cabeça e dar um jeito na bagunça. e mesmo que a vontade de desaparecer seja imensa, a gente continua. a gente resiste. a gente luta. mesmo que a indiferença te rasgue – ninguém realmente se importa com o seu sorriso melancólico então haja agradavelmente e aceite o drink que te pagam, ignore a vontade de gritar teus demônios, acene para aquele conhecido e só se lembre do nó na garganta na hora de dormir, debaixo das cobertas, escondendo o podre remoído que jorra dos olhos até de si próprio. disso a gente não pode fugir; desse gosto amargo de que o ombro amigo nenhum vai entender tuas dores, dessa sensação sufocante de que é, é isso que temos para hoje.
e sabe aquela vontade de sair pela porta e te achar, gritar olha eu sei que você me virou as costas mas me ajuda, se importe, me abraça, não me deixa sozinha. essa vontade. ela passa. você mesmo falou sobre deitar a cabeça no travesseiro e lembrar que amanhã é outro dia. que você já me esqueceu. que foi tudo mentira. que eu estou do teu lado mas você não está aqui agora.
e então eu me forço a sorrir. de qualquer jeito, estou sendo forte. de qualquer jeito, eu sobrevivo.



mas cambaleamos em nossas direções opostas como se relutássemos – uma relutância que dura um segundo breve, o ar fresco da noite atinge sua solidão recém-nascida e você e seu Indio partem em um novo homem e o sorriso, parte do antigo, é removido, não necessita mais – Ele vai pra sua casa, eu pra minha, por que sorrir disso a noite inteira a menos que tenha companhia – A tristeza do mundo com educação –" Jack Kerouac, Tristessa.

6 comentários:

Ilzy Sousa disse...

Nem eu mesma poderia descrever como me sinto agora e é exatamente isso que você faz por aqui. Me traduzindo como se pegasse meus pensamentos e pudesse ler e reler o tempo todo. Como se as suas palavras e as minhas fossem as mesmas.

Acho que no final, até são ♥

Ju Fuzetto disse...

Como se o sorriso estivesse embrulhado naquele abraço frouxo, que de longe parecia tão quente. Como se os olhos não suportassem carregar o passado cravado no peito.

Luana' disse...

é o que eu sinto nos ultimos meses, eu sobrevivo, só sobrevivo =s

Fil. disse...

Houve um tempo de muito desespero, quase não sobrevivi, quase não engoli o choro. Ainda lembro da corda ><'

Hoje desfruto do maior Êxtase.
Sem esquecer, claro, que ainda sou um sobrevivente. Todos somos...

Eu amo isso.

Mariana Cotrim disse...

somos todos sobreviventes. mas nós temos nossa época de plena vivência também, pode não ser agora, mas haverá.

'    Pяis¢iℓα●๋• disse...

O que não fazer além de sobreviver!
a palavra sobrevivência anda juntinho com as palavras decepção, tristeza, o que seria de nós se não sobreviver á td isso.
Encontrei suas belas palavras através da Ilzy ♥.
Ficarei aki tbm ;]