quinta-feira, 15 de novembro de 2012

solilóquio em silêncio.

cantar pro seu amor as músicas de amor que você já cantou pra outros amores, não sei, acho meio complicado. não exatamente um pecado, mas só... descompassado.

de qualquer jeito, hoje é quinta-feira.
nosso dia todo cheio de saudade, meu amor - que fica mais requintadamente dramático quando você e meu Ginsberg estão longe e a heineken e o uísque ontem não me serviram nem pra facilitar o riso.
concluindo: sem ressaca nem tua fumaça - inferno de vida.

quinta-feira e eu nem posso mais te jogar na cara que você não me conhece. seu cretino. nem nessa altura do campeonato eu consigo fazer charme, teu cinismo me desconcerta até na cama. seu absoluto cretino.
ainda continuo quieta, se era isto que te afligia; talvez eu desaprenda a falar até domingo. e é. por tua causa. ou por tua falta.

andei lembrando daquela vez que você disse que era bom sentir o cheiro da tua jaqueta em mim; era teu presente de aniversário, meu amor: eu, poste, imóvel, desarmada, deixando você, cachorro, canalha, mijar em mim, marcando a tua porra de território.
portanto, eu, palhaça, mansa, lhe comunico do cheiro da tua jaqueta de couro que já se desprende de todos os meus poros enquanto eu pretendo falar de Nietzsche na próxima trepada.

ou talvez eu só vá ouvir os dois cds do Tchaikovsky que estão aqui do meu lado - exatamente como você, quando toma café preto cheio de açúcar.

então só pra deixar claro sobre toda a injustiça que é você amar tanto assim o seu próprio namorado.
e não se doa.
você mais que ninguém sabe que eu fico insuportavelmente agressiva assim quando não gosto do desenrolar da história. ou só dessa merda de feriado sem você.

então talvez seja só sobre a injustiça que é sentir assim tanta saudade tua, meu amor.

Um comentário:

Johnny Leal disse...

Olha... com toda minha humildade, digo bem feliz: SENSACIONAL!