terça-feira, 30 de maio de 2017

presente.

a lixeira eu não esvaziei. o peito eu já não sei, porque você sempre me pega com tanta leveza que eu quase não sei o que vai e o que fica. seu chuviscar continua mas as vezes vem uma neblina antiga me confundir. ou só forçar meu azedume.
não se trata de saudade ou infelicidade. é sempre sobre o emaranhado de coisa sem forma e sem fim, e sabe deus o que eu vou fazer com isso. sei que eu não tenho nada mais a entregar ao passado. mas também não sei se existe um futuro. e como eu vou entregar. se é que há uma entrega.
eu já tentei não pensar. já tentei pensar demais até gastar. não para de garoar e de fazer falta tua sutileza.
minha intensidade ainda tá aqui, dentro de mim, pegando fogo de vontade do teu corpo e dos teus beijos. mas eu não sou mais adolescente. eu não sou mais impressionável.

minhas pernas ainda tremem mas agora tem cheiro de gengibre.
ainda bem.


take off, take off
take off all your clothes.

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